Por Gabriel Paes e Daniel Vidal Pérez |
Um estudo recente, divulgado pela revista-periódico Nature, retrata uma convergência plausível entre a redução nas áreas de floresta e a propagação de animais portadores de doenças com potencial epidêmico e, possivelmente, pandêmico. A hipótese da investigação é a de que a redução na complexidade ambiental acaba por intensificar a infiltração de vetores, tais como como morcegos, mosquitos e ratos, por entre as populações humanas próximas às localidades devastadas. Desta forma, a temática do desmatamento, que já recebe acentuada reverberação por parte da mídia internacional, pode ser complementada por mais uma variável de alto impacto para a segurança humana e suas ramificações políticas e econômicas.
Impacto em Segurança e Defesa: A propagação de doenças com alto nível de contágio representa uma séria ameaça à biossegurança, acarretando em elevados custos financeiros, materiais e, sobretudo, de vidas ao longo do tempo. A exemplo da Covid-19, a emergência de novos patógenos representa um grande desafio aos tomadores de decisão governamentais. Indicadores: Foram catalogadas, recentemente, cerca de 143 espécies capazes de dispersar patógenos nocivos à saúde humana. Além disso, os índices de desmatamento e povoamento vêm crescendo em países-chave como Brasil e Austrália. Por fim, o tráfico ilegal de animais vivos se mantém pujante em nível global.
Fonte: TOLLEFSON, Jeff. Why Deforestation and Extinctions make Pandemics more Likely. Nature, 07 ago 2020. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-020-02341-1?utm_source=Nature+Briefing&utm_campaign=0c2a3fff6f-briefing-dy-20200807&utm_medium=email&utm_term=0_c9dfd39373-0c2a3fff6f-44645213.