Por Samira Scoton e Diego L. S. Navia |
Dez anos se passaram desde o terremoto ocorrido em Fukushima e a emergência da contaminação continua viva. Em circunstâncias relacionadas ao tsunami e à catástrofe nuclear da usina, 3700 pessoas morreram, incluindo 240 que cometeram suicídio. Segundo a Faculdade Médica de Fukushima, que examinou menores de 19 anos durante os 5 anos seguintes, foram identificados 187 casos de câncer de tireoide que estão associados a radiação vazada. Pesquisadores da Universidade de Chukyo afirmam que rumores sobre radiação são ainda piores do que a própria radiação, afetando severamente a saúde mental. As autoridades japonesas conseguiram mitigar maiores consequências, devido ao monitoramento de alimentos contaminados por Iodo radioativo-131 gerado pelo vazamento.
Impactos em segurança e defesa: Reatores próximos a populações e cadeias produtivas, principalmente alimentares, geram impactos negativos a longo prazo. A indústria pesqueira de Fukushima ainda não se recuperou e a região ficará marcada pelo estigma do vazamento nuclear durante as próximas décadas. Como resultado, perdas financeiras bilionárias, associadas a reflexos na segurança alimentar e à presença de agentes contaminantes, geram instabilidades nacional e internacional.
Fonte: MCCURRY, J. The 2011 Tōhoku disaster: 10 years on. The Lancet. 06 mar 2021. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)00560-2/fulltext