Por Antonio Pedro Lima e Thuan Santos |
O controle pelas cadeias globais de valor de tecnologias de energia de baixo carbono é fundamental para a competitividade econômica, segurança nacional e a dependência energética dos países. A possível consolidação de uma economia à base de hidrogênio pode moldar novas dinâmicas geopolíticas. Cada alternativa de cadeia de valor cria um conjunto de vencedores e perdedores, portanto a escolha de determinado caminho de produção não será apenas uma função de custos e eficiência técnica. Os conflitos entre as diferentes partes interessadas na cadeia de valor irão configurar a criação de um mercado global de hidrogênio e afetar a transição energética.
Impactos em Segurança e Defesa: O hidrogênio é uma prioridade para o pacote de recuperação da economia europeia no período pós-Covid. A questão do vazamento de carbono pode determinar o interesse em produzir hidrogênio verde ou azul. Deixada à própria sorte, uma economia movida a hidrogênio pode resultar na fragmentação do mercado, lock-in de carbono e intensa rivalidade tecnológica e geoeconômica.
Indicadores: Em 2050, o hidrogênio poderá atender 24% da demanda mundial de energia, caso hajam políticas em vigor, em um cenário de aquecimento global limitado a 1,5º C. Isso exigiria mais de US$ 11 trilhões em investimentos na produção, armazenamento e infraestrutura de transporte, gerando vendas anuais de U$ 700 bilhões.
Fonte: VAN DE GRAAF, Thijs; OVERLAND, Indra; SCHOLTEN, Daniel; WESTPHAL, Kirsten. The new oil? The geopolitics and international governance of hydrogen. Energy Research & Social Science, v. 70, jun. 2020. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214629620302425#:~:text =Researchers%20and%20policymakers%20need%20to,relations%20and%20alli ances%20between%20countries.